Líderes do Parlamento Europeu pedem aos gregos que votem "sim" no referendo

Martin Schulz está disponível para ir a Atenas fazer campanha. Domingo está marcado para domingo.
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A conferência de presidentes do Parlamento Europeu, formada pelo presidente da assembleia e pelos líderes das diferentes bancadas políticas, apela ao povo grego para votar "sim" no referendo de domingo, declarou hoje Martin Schulz em Bruxelas.

Sublinhando que o que está em causa "é fundamentalmente um voto sobre ficar na zona euro ou não", decisão essa que tem também impacto em todas as outras nações da zona euro, Schulz afirmou-se disponível para ir a Atenas antes da consulta popular, asseverando que, "enquanto presidente do Parlamento e europeísta convicto", vai bater-se pelo "sim".

Numa conferência de imprensa após uma reunião de urgência da conferência de presidentes do PE com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o presidente da assembleia indicou que o conjunto de líderes das diversas famílias políticas do hemiciclo lhe pediu para lançar o apelo ao povo grego para votar "sim" e, desse modo, "agarrar a mão que a Europa lhe está a estender", instando também o governo de Alexis Tsipras a voltar à mesa das negociações.

"As negociações devem ser retomadas", a qualquer nível, seja a nível de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), seja a nível de chefes de Estado e de Governo (Cimeira da zona euro), disse.

Colocando-se ao lado de Juncker nas críticas ao comportamento do governo grego -- lamentando que as autoridades de Atenas tenham deixado a mesa das negociações quando parecia próximo um compromisso com base numa proposta conjunta das instituições "que refletia muitas das propostas" de Atenas -, Schulz indicou que teve oportunidade de transmitir a Tsipras, numa conversa telefónica mantida hoje à tarde, que um referendo "é um instrumento legitimo para consultar o povo", mas neste caso trata-se de uma decisão que "afeta todos" os outros povos europeus, razão pela qual está disposta a fazer campanha pelo "sim".

"Estou pronto a ir a Atenas para discutir com as pessoas. Enquanto presidente do Parlamento Europeu e europeísta convicto, lutarei para convencer o povo grego a pegar na mão" que os europeus lhe estão a estender, indicou.

Por fim, o presidente da assembleia europeia sugeriu que seja posto em prática algum tipo de procedimento, "do género de parar o relógio", para permitir um período de transição entre a conclusão formal do programa de assistência à Grécia, na terça-feira à noite, e a consulta popular, agendada para domingo.

Pouco antes, noutra conferência de imprensa em Bruxelas, também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apelou ao povo grego para votar "sim" (à proposta dos credores) no referendo de domingo, afirmando que uma vitória do "não" é também um "não" à União Europeia.

"Um 'não' [no referendo] significaria, independentemente da questão (que vier a ser) finalmente colocada, que a Grécia diz não à Europa", disse Juncker, segundo o qual o referendo é "o momento da verdade" para a Grécia.

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